Capítulo 23

ANSIOSA, ESPEREI OS GAROTOS NO VESTÍBULO DO PALÁCIO. Não sabia se minha roupa era adequada – o que as pessoas vestiam para cozinhar? – nem como fingir ter prática na cozinha, nem como dividir a atenção entre quatro pretendentes.
E, embora eu soubesse que a presença de um fotógrafo era boa tanto por publicidade quanto por segurança, a ideia de registrar aquela noite não me deixava nem um pouco mais tranquila.
Ajeitei minha camisa – que era bem simples para o caso de sujar – e toquei o cabelo para conferir se estava no lugar. O relógio indicava que os garotos estavam quatro minutos atrasados, e eu estava ficando impaciente.
Quando estava a ponto de pedir que um mordomo fosse buscá-los, ouvi o eco das vozes no corredor. Kile foi o primeiro a surgir. Burke vinha ao seu lado, em uma tentativa clara de fazer amizade com o suposto líder da turma. Fox estava com Henri, e ambos sorriam calmamente. Não muito atrás, Erik caminhava com as mãos atrás das costas. Sua presença era necessária, mas eu tinha a impressão de que ele se sentia um pouco deslocado por ser o único a não participar daquele encontro em grupo.
Kile esfregou as mãos e perguntou:
— Pronta para comer?
— Para comer, sim. Para cozinhar? Vamos ver — tentei esconder o receio com um sorriso, mas acho que Kile percebeu.
— Então é verdade que vocês dois se conhecem desde que nasceram? — perguntou Burke, tão de repente que eu não soube como responder.
— Acredite em mim: sua situação é muito melhor — Kile rebateu tranquilo e lhe deu uma leve cotovelada nas costelas.
— É verdade — confirmei. — É como Kile disse no Jornal Oficial: nunca o enxerguei como um namorado em potencial até ser obrigada a isso. Ele é praticamente da família.
Todos riram, e me dei conta do quanto aquilo era verdade. Eu ficava incomodada ao ouvir Josie dizer a todos que era como uma irmã para mim, mas, de fato, eu tinha muito mais contato com ela e Kile que com meus primos.
— A cozinha é por aqui — eu disse, apontado para a sala de jantar. — Os funcionários estão avisados da nossa chegada, então vamos nessa.
Kile sacudiu a cabeça diante do meu falso entusiasmo, mas não disse nada.
Seguimos até o fundo da sala de jantar e contornamos uma divisória. Havia um amplo elevador de alimentos, usado pelos funcionários para trazer as refeições, além de uma escadaria que dava para a cozinha principal. Burke apareceu ao meu lado e logo ofereceu o braço enquanto descíamos pelos largos degraus.
— O que vai cozinhar esta noite? — ele perguntou.
Torcia para meu rosto não ter transparecido o choque. Pensara que alguém já teria as ideias.
— Ah, eu topo qualquer coisa — desconversei.
— Vamos fazer uma refeição completa — Kile sugeriu. — Entrada, prato principal e sobremesa.
— Parece bom — Fox concordou.
Erik interveio lá do fundo:
— Henri e eu faremos a sobremesa, se não se importarem.
— Sem problemas — Kile respondeu.
Dava para sentir o cheiro do jantar que estava sendo preparado para o resto do palácio. Não consegui identificar todos os aromas, mas havia um delicioso quê de alho no ar. Foi então que ganhei um novo motivo para odiar aquele encontro: eu teria de adiar minha refeição de verdade.
Em um cômodo de teto baixo, uma dúzia de pessoas com o cabelo bem preso ou sob toucas corria de um lado para o outro enquanto jogavam legumes em panelas de água fervente ou conferiam o tempero dos molhos. Ainda que precisassem terminar a refeição para todos do palácio, o pessoal da cozinha tinha liberado metade do espaço para nós.
Um homem com chapéu de chef nos abordou:
— Alteza, o espaço é suficiente?
— Mais do que suficiente, obrigada.
Me lembrei de tê-lo visto semanas antes, quando me apresentara amostras de opções para o primeiro jantar da Seleção. Estava tão irritada naquele dia que minha mãe fez a maior parte das escolhas. Depois, sequer pensei em agradecer. Ao olhar ao redor naquele momento e ver quanto trabalho dava uma simples refeição, senti vergonha de mim mesma.
— Missä pidät hiivaa? — Henri perguntou educadamente.
Olhei para Erik, que traduziu:
— Com licença, senhor, mas onde fica o fermento?
Fox e Burke riram, mas lembrei do que Erik dissera uma vez e do que estava mal escrito na ficha de Henri: ele era cozinheiro.
O chef gesticulou chamando Henri, e Erik seguiu para ajudar na conversa. O chef claramente estava muito feliz por ter alguém com experiência na cozinha. Já os outros garotos… nem tanto.
— O.k., então… vamos ver o que tem na geladeira — Fox incentivou, hesitante, e foi até um dos grandes refrigeradores alinhados à parede.
Encarei o conteúdo bem arrumado nas prateleiras – embrulhos de carne organizados com etiquetas, os quatro tipos diferentes de leite de que dispúnhamos, diversos molhos e aperitivos prontos e armazenados com antecedência – e tive certeza de que aquela não era a minha praia.
Ouvi um clique e virei para ver de onde vinha. A fotógrafa tinha chegado.
— Finja que não estou aqui! — ela sussurrou com uma voz alegre.
Kile pegou um pouco de manteiga.
— Sempre vamos precisar de manteiga — ele me garantiu.
— Bom saber — concordei.
Burke encontrou uma pilha de alguma coisa no balcão.
— O que é isso? — perguntou ao chef.
— Massa folhada. Dá para fazer dezenas de coisas com isso. Derretam um pouco de manteiga enquanto eu arranjo umas receitas para vocês.
Kile me olhou, convencido:
— Viu só?
— Como vamos decidir quem ajuda com quem? — Burke perguntou, com a óbvia esperança de que eu simplesmente o escolhesse.
— Pedra, papel e tesoura? — sugeriu Fox.
— Justo — Kile concordou.
Ele e Fox começaram a disputar primeiro e, embora ninguém tenha dito, sabíamos que os perdedores ficariam juntos.
Kile ganhou tanto de Fox como de Burke. Fox não reclamou, mas Burke não tinha tanto talento para disfarçar suas emoções. Os dois decidiram preparar uma entrada – aspargos envoltos em prosciutto e massa folhada – enquanto Kile e eu ficamos parados diante de um frango, tentando descobrir o que fazer com ele.
— E então? Qual é o primeiro passo? — perguntei.
— Cozinhei bastante quando morei em Fennley, mas preciso de uma receita. Aposto que aqueles livros vão ajudar.
Fomos até uma estante com dezenas de livros de receitas. A maioria tinha várias páginas marcadas, e havia ainda uma pilha de fichas ao lado, com mais ideias de pratos.
Enquanto Kile folheava os livros, eu brincava com os potes de temperos. A cozinha me deu a impressão de ser como um laboratório científico, só que com comida. Abri alguns potes para sentir o aroma ou a textura.
— Cheire — insisti para Kile, segurando a jarra.
— O que é?
— Açafrão. Não é delicioso?
Ele sorriu para mim e foi direto para o fim do livro que segurava.
— A-há! — exclamou ao encontrar a página com a receita. — Frango com açafrão. Quer tentar?
— Claro.
Segurei o pote firme, como se aquela tivesse sido minha grande contribuição para a noite.
— Muito bem. Frango com açafrão… Então vamos preaquecer o forno — Kile instruiu.
Fiquei ao lado dele, olhando para aquele monte de botões e mostradores. Provavelmente, na casa de pessoas normais o forno devia ser bem diferente, mas o trambolho industrial do palácio parecia pronto para lançar um satélite se apertássemos o botão errado. Continuamos encarando, como se o aparelho fosse dar instruções se esperássemos o suficiente.
— Pego mais manteiga? — perguntei, irônica.
— Calada, Eadlyn.
O chef passou por nós e murmurou:
— Botão da esquerda, um pouco para cima.
Kile estendeu a mão e acendeu o forno como se soubesse o que fazer o tempo todo.
Dei uma olhada em Fox e Burke. Burke claramente assumira o papel de líder e gritava as ordens.
Fox parecia não se importar; ria e fazia piadas sem ser impertinente. Eles olhavam para nós o tempo todo, e Burke chegou a vir nos ver algumas vezes. Mais ao fundo, Erik e Henri trabalhavam em silêncio. Erik ficou com a menor parte do trabalho e só ajudava quando Henri pedia.
As mangas da camisa de Henri estavam arregaçadas, e sua calça, suja de farinha. Gostei de ver que ele parecia não se importar em botar a mão na massa. Mesmo Erik estava um pouco sujo e também não tentava se limpar.
Olhei para Kile, que estava com a cabeça enterrada no livro de receitas.
— Já volto — avisei.
— Claro.
Assim que me afastei, ouvi ele tentar chamar a atenção do chef sem fazer muito barulho.
— Parece bom, rapazes — eu disse, parada ao lado de Fox.
— Obrigado. Isso é até relaxante. Nunca cozinhei muito em casa… nada assim, pelo menos. Mas não vejo a hora de experimentar.
Depois dessas palavras, Fox voltou ao trabalho e se atrapalhou um pouco, tentando recuperar o ritmo.
— Vai ser o melhor prato de aspargos que a senhorita já provou — Burke prometeu.
— Mal posso esperar — comentei antes de ir para a ponta da mesa.
Erik levantou o olhar e me cumprimentou com um sorriso.
— Alteza, como vai nosso jantar?
— Muito mal, para ser sincera — confessei.
Ele riu e contou a Henri sobre o estado da nossa ceia.
As mãos de ambos estavam cobertas de massa. Reparei nos potes de canela e açúcar.
— Já a sobremesa parece bem promissora. Você também cozinha, Erik?
— Ah, não profissionalmente. Mas moro sozinho, então cozinho para mim. E adoro todos os pratos tradicionais da Noruécia. Este é um dos meus favoritos.
Erik se voltou para Henri, e deu para ver que ambos falavam de comida, pois Henri estava radiante de empolgação.
— Ah, sim! Henri acabou de contar sobre uma sopa que ele toma quando está doente. Leva batata, peixe e… Ah! Sinto falta da minha mãe só de pensar.
Abri um sorriso enquanto tentava imaginar Erik sozinho, tentando fazer as receitas da mãe, e Henri nos fundos de um restaurante, dominando todas as receitas tradicionais de sua família. Sempre me preocupava a ideia de que Erik podia se sentir excluído. Ele certamente se esforçava para se separar dos outros: vestia roupas diferentes, caminhava mais devagar e até com os ombros um pouco encolhidos. Mas, quando o vi ali, interagindo com Henri – que era gentil demais para eliminá-lo da competição – fiquei grata por sua presença. Ele deu uma atmosfera caseira a uma situação que era muito fora do normal para Henri.
Deixei-os trabalhar em paz e voltei para o meu posto. Kile tinha juntado alguns ingredientes na minha ausência. No momento, ele picava o alho em cima de uma tábua de madeira. Ao lado, havia um pote de algo que lembrava iogurte.
— Aí está você. Muito bem, triture o açafrão e misture no pote.
Depois de alguns instantes olhando sem entender, peguei um potinho e um socador que, supus, serviam para isso, e comecei a apertar. Foi um exercício estranhamente satisfatório. Kile fez a maior parte do trabalho: untou o frango com a mistura de iogurte e levou ao forno. As outras duplas estavam em estágios de preparo diferentes. No final, a sobremesa ficou pronta primeiro, seguida da entrada; o prato principal foi o último.
Tarde demais, Kile e eu nos demos conta de que deveríamos ter feito algo para servir com o frango. Então decidimos usar os aspargos como acompanhamento, e todos riram da nossa falta de planejamento.
Em seguida, nos amontoamos em uma das pontas da longa mesa. Eu estava espremida entre Burke e Kile, com Henri à minha frente e Fox na cabeceira. Erik estava um pouco distante, mas claramente desfrutava da companhia.
Para ser honesta, eu também. A ideia de cozinhar tinha me deixado nervosa por ser algo completamente estranho. Eu não sabia cortar, refogar nem nada assim. E detestava fracassar ou fazer papel de tonta. Mas a maior parte do grupo não tinha muita experiência e, em vez de a tarefa se transformar num fardo, virou uma brincadeira, o que tornou aquela refeição uma das mais tranquilas da minha vida. Nada de mesas postas ou lugares marcados. Como quase toda a porcelana que tínhamos estava em uso na ceia do palácio, comemos em pratos simples, tão velhos que a única razão para ainda estarem ali devia ser sentimental.
— Muito bem, como os aspargos seriam a entrada, acho que devemos prová-los primeiro — Kile propôs.
— Vamos lá! — concordou Burke, que espetou sua criação e deu uma mordida, o que todos nós imitamos.
O resultado foi variado. Henri agitava a cabeça, aprovando, mas o meu tinha um gosto péssimo. Percebi que o de Fox também, porque ele não conseguiu esconder uma careta.
— Isso… isso é a pior coisa que já provei na vida — Fox reclamou enquanto tentava mastigar.
— O meu está bom! — Burke se defendeu. — Você provavelmente não está acostumado com comida de primeira.
Fox abaixou a cabeça, e então descobri algo que não saberia de outra maneira: Fox era pobre.
— Posso experimentar o seu? — cochichei para Henri, gesticulando um pouco. Fiquei feliz por ele ter compreendido sem a ajuda de Erik.
— Qual é o problema? — Fox reagiu em voz baixa. Fingi estar muito concentrada na comida para ouvir. E o pedaço de Henri realmente estava bem melhor. — E quem disse que não foi você quem cozinhou mal?
— Bom, talvez se o meu parceiro fosse melhor… — Burke disparou.
— Ei, ei, ei! — Kile interrompeu. — Não é possível que o prato de vocês esteja pior que o nosso.
Comecei a rir, tentando desfazer a tensão. Dava para sentir a raiva de Burke pairando no ambiente, e eu só queria voltar à tranquilidade de quando nos sentamos para comer.
— Muito bem — eu disse com um suspiro. — Acho que a primeira coisa a fazer é cortar cada pedaço de frango ao meio para conferir se está bem cozido. Sério: não quero matar ninguém.
— Você está duvidando de mim? — Kile perguntou, ofendido.
— Com certeza!
Hesitante, mordi um pedaço… e estava muito gostoso. Não estava mal cozido. Na verdade, os cantos que não foram bem untados ficaram até meio secos, mas ainda assim dava para comer! Tendo em conta que só fizera uma fração do trabalho, talvez tivesse ficado orgulhosa demais.
E assim comemos, repartindo os pedaços de aspargo que não estavam tão ruins, mas ainda me preocupava com a possibilidade de passar mal mais tarde.
Quando finalmente estava satisfeita, anunciei:
— Estou pronta para a sobremesa!
Henri riu ao compreender e foi até o balcão onde as tortas esfriavam. Com movimentos cuidadosos, usando apenas a ponta dos dedos apesar de os pãezinhos parecerem firmes, ele passou cada um deles para uma travessa e os apresentou diante de nós.
— É korvapuusti — ele informou o nome do prato.
Em seguida, Henri tomou a minha mão e fez um discurso que parecia muito sério pela intensidade de seu olhar. Desejei tanto compreendê-lo por conta própria…
Quando ele terminou, Erik sorriu e se voltou para mim:
— Korvapuusti é um dos pratos que Henri mais gosta de fazer e comer. Ele diz que, se a senhorita não gostar, pode mandá-lo para casa esta noite, porque ele tem certeza de que o relacionamento de vocês não daria certo se a senhorita não amasse esse doce tanto quanto ele.
Fox riu da minha cara de espanto, enquanto Henri fez que sim com a cabeça para garantir que suas palavras eram sérias.
Respirei fundo e peguei um dos delicados pãezinhos enrolados.
— Aqui vamos nós.
O sabor da canela foi a primeira coisa que senti. Havia algo mais que me lembrava toranja… mas eu sabia que não era. Tinha um sabor deliciosamente doce e, além de ter ficado claro que era uma sobremesa fantástica, também era evidente que havia sido preparada por um chef fantástico. Henri pusera a alma naquilo. E eu podia apostar que parte daquele esforço se devia a mim… mas pensei que o mérito maior era dele próprio, que não se permitiria fazer algo que não fosse incrível.
— Está perfeito, Henri! — exclamei, totalmente encantada.
Os outros pegaram seus pedaços, enfiaram na boca e aprovaram o doce com gemidos de prazer.
— Minha mãe morreria se comesse isto. Ela é muito fã de doces! — comentei.
Kile concordou com a cabeça. Ele sabia como minha mãe era com sobremesas.
— Está ótimo, Henri — ele elogiou com os olhos arregalados. — Bom trabalho também, Erik.
Erik sacudiu a cabeça.
— Quase não ajudei.
— Isso é armação, não é? — Burke perguntou com a boca meio cheia de massa.
Olhamos para ele, confusos.
— Quer dizer, eu vim com essa ideia, e Henri embarcou no último segundo só para envergonhar a gente.
O rosto de Burke ficava cada vez mais vermelho, e a sensação de desconforto voltou a tomar conta do ambiente.
Fox pôs a mão no ombro dele.
— Calma, cara. É só um pãozinho de canela.
Burke afastou a mão de Fox e jogou o resto da sobremesa no chão.
— Eu teria me saído bem melhor se você não estragasse tudo o tempo inteiro!
Fox fechou a cara.
— Ei, foi você quem ficou parado, dizendo como a princesa era gostosa, quando deveria estar olh…
Burke deu um soco que fez Fox recuar vários passos para trás. Fiquei paralisada, quase sem respirar. Fox avançou para dar o troco, e Burke me derrubou no chão enquanto se preparava para outro golpe.
— EI! — Kile pulou por cima de mim e começou a empurrar Burke, enquanto Henri berrava com Fox em finlandês.
Depois de tudo que acontecera com Jack, meu instinto era levantar e revidar. Ninguém ia me machucar e sair impune. E eu teria tentado se não fosse por uma coisa.
Erik, o observador silencioso, deslizou por cima da mesa para me ajudar a levantar.
— Venha — disse ele.
Eu não era muito de obedecer ordens, mas ele disse aquilo com tanta pressa que o segui.

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