SEGUNDA-FEIRA EU finalmente fui à escola. Mas cheguei em
cima da
hora, nem consegui conversar com o Davi e com o Zeca antes.
Na hora do intervalo, os dois voaram para cima de mim.
– Miga, sua louca, onde você se meteu? Você foi abduzida,
foi? E os
ETs comeram seu celular? – Zeca bronqueou.
– Tetê, meu irmão está louco querendo falar com você! – Davi
informou.
– Ai, gente… Desculpa… Mas eu não tava legal… Não tô legal…
Esse
negócio da Ingrid…
– Tsc, tsc, tsc. O que eu te falei, menina? Olha aí, Davi,
toda
trabalhada na tristeza… Ai, por que as pessoas sofrem por
antecipação,
hein? Pra sofrer duas vezes? Cê tá participando de algum Big
Brother
Masoquismo e eu não tô sabendo?
– Ah, Zeca, só você pra me fazer rir em uma situação dessas…
– falei,
dando um sorrisinho torto.
– Ela nem leu o livro, mas já fez a resenha, né? Não tem a
informação,
mas já resolveu o que vai fazer com ela…
– Do que você tá falando, Zeca?
– Ai, Tetê… Aquela Ingrid não vale nada. É a Valentina de
Juiz de
Fora! A Falsiane mineira de plantão.
– Tá, mas isso vocês é que acham, né? Não é o que o Dudu
pensa, pelo
jeito.
– Quem te disse isso, Tetê? – o Davi perguntou.
– As evidências me disseram isso, ué. Eles passam a noite
juntos, ela
atende o celular dele, fala que é namorada, ele não
contesta… Eles
voltaram, né?
– Quem te disse que foi isso que aconteceu, Tetê? – Davi
falou, rindo.
– Ela é muito dramática mesmo. – O Zeca riu também.
– O meu irmão não voltou com a Ingrid, Tetê. Pelo contrário,
deu a
maior bronca nela quando contei que ela atendeu sua ligação
por ele e
disse ser a namorada dele, o que não era verdade. Ela estava
tentando
reatar, se aproveitando da situação, com o Dudu frágil. E
eles não
passaram a noite juntos, a Ingrid chegou de manhã. Ela
dormiu em um
hotel. E reparou que ela nem tava na missa?
– Nã… não… Eu preferi não ir… Você não viu? Desculpa… Mas
meus
pais foram pra me represent…
– Relaxa. Era tanta gente que eu parei de cumprimentar uma
hora e
sentei em um canto da igreja. Não vi todo mundo.
– E a avó deles pôs a menina pra correr! Você deveria ter
visto dona
Maria Amélia! Foi hilário! “Sai daqui, menina! Você não tem
vergonha,
não, depois de tudo o que aprontou? Meu neto é muita areia
pro seu
caminhãozinho. Pega sua trouxa e sai daqui para nunca mais
voltar!”
Ahahah! – Zeca contou rindo.
– Não creio! Sério? Por que vocês não me falaram isso antes?
– Porque você ficou incomunicável… – disse Davi – Como a
gente
podia te contar?
– Vocês acabaram de me dar a melhor notícia do milênio!!!
Obrigada!
E abracei e beijei os dois na bochecha!
– Olha, eu adoraria ter uma amiga como você como cunhada.
Mas
meu irmão está bem tristinho, achando que você não curtiu…
vamos
dizer assim… “o passeio no Leblon”.
Confesso que nesse momento meu coração sorriu. O Dudu estava
solteiro, então? Eu sofri mesmo por bobagem?
Diante da minha indisfarçável cara de boba alegre, Zeca
brincou:
– Vai, menina, tá esperando o quê?
– O quê?
– Manda logo um coração pro bofe! E manda do vermelho, hein?
Daquele um só, bem grandão, que fica piscando!
Own… Amo meus amigos!
TETÊ
DUDU
TETÊ
Depois do almoço? Depois da escola?
Podemos nos ver?
DUDU
Antes do almoço! Vou te esperar na portaria
do meu prédio.
TETÊ
Vou contar os minutos.
DUDU
Vou contar os segundos.
O sinal tocou e eu saí em disparada na direção do prédio do
Dudu.
Mal virei a última esquina e já vi aquele cara lindo me
esperando.
Quando ele me enxergou de longe, abriu os braços. Eu cheguei
perto,
larguei a mochila na calçada e me joguei no abraço do Dudu,
daquele
jeito de filme mesmo, de levantar os pés do chão e já ir
beijando.
E nos beijamos muito. Gostoso. Encaixadinho. Daquele jeito
que só o
Dudu me beijava e me fazia levitar de felicidade.
– Ai, Tetê, como é que você pôde achar que eu tinha voltado
com a
Ingrid? Eu tava é morrendo de saudade de você. Não aguentava
mais
esperar pra te ver. Não se maltrata assim um cara
apaixonado, sabia?
O quê? Como? Para tudo!
O cara mais incrível do mundo disse que está apaixonado? Por
mim?!
Para tudo, Brasil, polo norte e China!
– Você está apaixonado por mim?
– Eu estou apaixonado, sim, sua doida. Por você!
E então Duduau me beijou de novo. E de novo. E o terceiro
beijo foi
beeeem melhor que o segundo. E depois o quarto, e o quinto,
bem
melhor que os anteriores… Ai, ai… Cada um mais encaixadinho
e
perfeitinho que o outro.
E então eu disse uma coisa que deve ter assustado o Dudu:
– Mas tem um problema.
– Que problema, Tetê? – ele perguntou sério, olhando nos
meus
olhos.
– Eu jurei que nunca mais me apaixonaria.
Ele continuava me olhando sério, sem piscar.
– Só que eu me apaixonei. Muito. Completamente.
Perdidamente.
Numa bela manhã de sol, acordei maluca. Abilolada. Louca.
Doida
varrida. Destrambelhada. De paixão. Eu estou apaixonada por
você,
Dudu. Tenho cura?
– Sim. É só ficarmos juntos uns anos aí.
– Uns anos aí? – repeti, completamente derretida.
– É! Também conhecido por namorar! Quer namorar comigo?
– SIIIIIMMMMMM!!!!!!!
E então a gente se beijou mais uma vez, do jeito mais lindo
de toda a
vida.
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