Capítulo 5

Eu morava bem perto da City. Caso tivesse alguma dúvida sobre isso, do outro lado da rua havia uma cratera do tamanho de um prédio rodeada pelo anúncio de um empreendimento imobiliário com os dizeres: FARTHINGATE – ONDE COMEÇA A CITY. Nós estávamos no local exato em que os templos de vidro brilhantes dos prédios financeiros se aproximavam das velhas e sujas vitrines de lojas que vendiam temperos indianos, como curry, e dos mercados que ficavam abertos vinte e quatro horas, dos clubes de striptease e das empresas de táxis alternativos que, muito determinadas, recusavam-se a falir. Meu prédio ficava entre esses rebeldes arquitetônicos. Era uma construção cor de chumbo no estilo de um armazém, com vista para a confusão de vidro e aço, que ninguém sabia quanto tempo ainda duraria, podendo talvez ser transformada em uma lanchonete hipster ou em uma loja pop-up. Eu não conhecia ninguém além de Samir, que administrava a loja de conveniência, e da mulher da loja de bagel, que sorria para me cumprimentar, mas parecia não falar nada de inglês.
Esse anonimato era conveniente, sobretudo para mim. Eu viera para cá, afinal de contas, para escapar da minha história, da sensação de que todo mundo sabia tudo a meu respeito. E a City começara a me modificar. Eu reconhecera meu lugar nela, seus ritmos e pontos perigosos. Aprendi que se eu desse dinheiro para o bêbado na rodoviária, ele passaria as próximas oito semanas sentado na frente do meu prédio; que se eu precisasse atravessar a cidade à noite, era prudente fazer isso com as chaves entre os dedos; que se eu saísse para comprar uma garrafa de vinho de madrugada, era melhor nem olhar para o grupo de rapazes reunidos diante do Kebab Korner. E já não me incomodava com o barulho persistente do helicóptero da polícia.
Eu poderia sobreviver. Além disso, eu sabia, mais do que ninguém, que coisas piores podiam acontecer.

* * *

— Oi.
— Oi, Lou. Não está conseguindo dormir de novo?
— Acabou de dar dez horas aqui.
— E aí, tudo bem?
Nathan, o antigo fisioterapeuta de Will, passara os últimos nove meses trabalhando em Nova York para um CEO de meia-idade que tinha uma boa reputação em Wall Street, era proprietário de uma mansão de quatro andares, mas sofria com um problema muscular. Ligar para ele durante minhas madrugadas insones tinha se tornado um hábito. Era bom saber que havia alguém que entendia, por mais que às vezes as novidades dele parecessem ser intercaladas com algumas reprimendas, como todas as outras pessoas seguiram em frente, todas as outras pessoas conquistaram alguma coisa.
— Então, como vai a Big Apple?
— Nada mal? — O sotaque de Nathan transformava toda resposta em uma pergunta.
Eu estava deitada no sofá, com os pés apoiados no braço do móvel.
— Hum, isso não diz muita coisa.
— Ok. Bem, recebi um aumento, o que foi legal. Comprei uma passagem para casa para daqui a algumas semanas, pois quero ver os velhos. Isso vai ser bom. Eles estão muito contentes porque minha irmã vai ter um bebê. Ah, e conheci uma gata num bar na Sexta Avenida. Estávamos nos dando muito bem, então a convidei para sair, mas quando contei o que eu fazia da vida, ela se desculpou e disse que só saía com caras que trabalhavam de terno. — Ele riu.
Notei que eu mesma estava sorrindo.
— Uniforme branco está fora então?
— Pelo visto sim. Embora ela tenha dito que talvez mudasse de ideia se eu fosse médico de verdade. — Ele riu outra vez. Nathan era muito tranquilo. — Tudo bem. Garotas como essa ficam chateadas se a gente não as leva para os restaurantes certos e coisas assim. Melhor saber antes, não é? E você?
Dei de ombros.
— Estou chegando lá. Mais ou menos.
— Ainda dorme com a camiseta dele?
— Não. Não tem mais o cheiro dele. E começou a ficar um pouco desagradável, para ser sincera. Eu a lavei e embrulhei em um papel de seda. Mas ainda tenho o suéter dele para os dias difíceis.
— Bom saber das novidades.
— Ah, e participei de um encontro de terapia de luto.
— Como foi?
— Uma merda. Eu me senti uma fraude.
Ele ficou esperando. Mudei a posição do travesseiro embaixo da cabeça.
— Será que imaginei tudo, Nathan? Às vezes fico achando que aumentei demais na minha mente o que aconteceu entre mim e Will. Como posso ter amado tanto uma pessoa em tão pouco tempo? E todas essas coisas que penso sobre nós dois... Será que sentimos mesmo o que lembro? Quanto mais o tempo passa, mais esses seis meses simplesmente parecem ter sido um sonho... estranho.
Nathan demorou um pouquinho para responder.
— Não foi imaginação.
Esfreguei os olhos.
— Será que sou a única que ainda sente falta dele?
Mais um breve silêncio.
— Não. Ele era um sujeito legal. O melhor.
Esta era uma das coisas de que eu gostava em Nathan. Ele não se incomodava com um silêncio demorado ao telefone. Por fim, me sentei e assoei o nariz.
— Enfim. Acho que não vou voltar. Não tenho certeza se é a minha praia.
— Dê uma chance, Lou. Não dá para julgar nada com base em apenas um encontro.
— Você parece meu pai falando.
— Bem, ele sempre foi um cara sensato.
Sobressaltei-me com o barulho da campainha. Ninguém nunca a tocara, com exceção da Sra. Nellis do apartamento doze, quando o carteiro trocara por engano nossa correspondência. Mas eu duvidava de que ela estivesse acordada a essa hora. E certamente não estavam me entregando sua revista de bonecas de papel elisabetanas.
A campainha tocou de novo. Uma terceira vez, estridente e perseverante.
— Preciso desligar. Tem alguém na porta.
— Mantenha-se otimista. Você vai ficar bem.
Larguei o telefone e ergui o corpo, desconfiada. Eu não havia feito nenhum amigo por perto. Não tinha descoberto como é que alguém conseguia estabelecer uma amizade verdadeira quando se mudava para um local novo e ficava trabalhando durante a maior parte do tempo em que estava acordada. E se meus pais tivessem decidido intervir e me levar de volta para Stortfold, eles teriam organizado isso durante as horas do rush, pois nenhum dos dois gostava de dirigir no escuro.
Esperei, me perguntando se, quem quer que fosse, simplesmente perceberia o equívoco e iria embora. Mas tocou de novo, estridente e sem parar, como se a pessoa estivesse encostada na campainha.
Fiquei de pé e fui até a porta.
— Quem é?
— Preciso falar com você.
Era uma voz feminina. Olhei pelo olho mágico. A garota encarava os próprios pés, então só consegui ver seu cabelo comprido castanho-claro e uma jaqueta grande demais. Ela cambaleou ligeiramente e esfregou o nariz.
Será que estava bêbada?
— Acho que você está no apartamento errado.
— Você é Louisa Clark?
Fiz uma pausa.
— Como você sabe meu nome?
— Preciso falar com você. Pode abrir a porta?
— São quase dez e meia da noite.
— É. Por isso prefiro não ficar em pé no seu corredor.
Já fazia tempo suficiente que eu morava ali para saber que não devia abrir a porta para desconhecidos. Nessa área da cidade não era incomum ter alguns viciados tocando campainhas especulativamente na esperança de arranjar algum dinheiro. Mas essa garota era muito tagarela. E jovem.
Jovem demais para ser uma das jornalistas que, por um breve período, haviam ficado obcecadas pela história de um belo prodígio que decidira pôr fim à própria vida. Ela era nova demais para estar na rua àquela hora.
Inclinei a cabeça, tentando ver se havia mais alguém no corredor. Parecia vazio.
— Pode me dizer qual é o assunto?
— Daqui de fora, não.
Abri a porta até onde a corrente de segurança deixava e ficamos frente a frente.
— Você vai ter que me dar mais informações.
Ela não podia ter mais que dezesseis anos, pois o viço da juventude ainda era visível em suas bochechas. Um cabelo longo e brilhoso. Pernas compridas e magras usando uma calça jeans preta e justa. Um rosto bonito e delineador nos olhos.
— Então... quem você disse que era? — perguntei.
— Lily. Lily Houghton-Miller. Veja bem — disse ela, erguendo um pouco o queixo. — Preciso conversar com você sobre o meu pai.
— Acho que está falando com a pessoa errada. Não conheço ninguém que se chama Houghton-Miller. Você deve ter me confundido com outra Louisa Clark.
Eu estava prestes a fechar a porta, mas a garota enfiou o bico do sapato na abertura. Olhei para o chão e depois lentamente de volta para ela.
— Não é o sobrenome dele — insistiu ela como se eu fosse idiota. E, quando falou, seus olhos ficaram ao mesmo tempo ferozes e inquisitivos. — O nome dele é Will Traynor.

* * *

Lily Houghton-Miller estava em pé no meio da minha sala e me observava com o mesmo interesse imparcial de um cientista analisando uma nova espécie de minhoca.
— Nossa. O que é isso que você está vestindo?
— Eu... eu trabalho num pub irlandês.
— Fazendo pole dance? — Parecendo ter perdido o interesse em mim, ela girou lentamente nos calcanhares para olhar a sala. — É aqui mesmo que você mora? Cadê seus móveis?
— Acabei de me mudar.
— Um sofá, uma televisão, duas caixas de livros?
Ela indicou com a cabeça a cadeira onde eu estava sentada. Minha respiração continuava irregular, tentando encontrar algum sentido no que ela acabara de revelar para mim.
Eu me levantei.
— Vou pegar uma bebida. Quer alguma coisa?
— Aceito uma Coca. A não ser que você tenha vinho.
— Quantos anos você tem?
— Por que quer saber?
— Não estou entendendo... — Fui para trás da bancada da cozinha. — Will não tinha filhos. Eu saberia. — Franzi a testa para ela, subitamente desconfiada. — Isso é alguma piada?
— Piada?
— Will e eu conversávamos... muito. Ele teria me contado.
— Sim. Bem, acontece que ele não contou. E preciso falar sobre ele com alguém que não vai surtar toda vez que eu citar seu nome, como o resto da minha família. — Ela pegou o cartão da minha mãe e o colocou de volta no lugar. — Eu não queria que parecesse uma piada. Quer dizer, é verdade, meu pai era um cara triste numa cadeira de rodas. Como se isso tivesse graça.
Entreguei-lhe um copo d’água.
— Mas quem... quem é sua família? Quer dizer, quem é sua mãe?
— Você tem cigarro? — Ela tinha começado a andar pela sala, tocando em várias coisas, pegando os poucos pertences que eu tinha e largando-os. Quando neguei com a cabeça, ela disse: — Minha mãe se chama Tanya. Tanya Miller. É casada com meu padrasto, que se chama Francis Idiota Pentelho Houghton.
— Belo nome.
Ela largou o copo d’água, pegou um maço de cigarro na jaqueta e acendeu um. Eu ia dizer que ela não podia fumar na minha casa, mas estava muito atordoada, então simplesmente fui abrir a janela.
Não conseguia tirar os olhos dela. Talvez eu fosse capaz de ver pequenos sinais de Will. Nos seus olhos azuis, no cabelo tom de caramelo. No jeito como ela inclinava ligeiramente o queixo antes de falar, no olhar firme. Ou será que eu estava vendo o que queria? Pela janela, ela olhou para a rua lá embaixo.
— Lily, antes de continuarmos há uma coisa que preciso...
— Sei que ele morreu — afirmou ela, tragando com força e soprando a fumaça no meio da sala. — Quer dizer, foi assim que descobri. Passou um documentário na televisão sobre suicídio assistido e, quando mencionaram o nome dele, minha mãe surtou sem motivo algum, correu para o banheiro e o Pentelho saiu atrás dela. Aí fiquei ouvindo do lado de fora, é óbvio. Ela estava totalmente em choque porque nem sabia que ele tinha acabado numa cadeira de rodas. Ouvi a conversa toda. Quer dizer, eu já sabia que Pentelho não era meu pai verdadeiro. Mas minha mãe sempre disse que meu pai era um babaca que não queria me conhecer.
— Will não era um babaca.
Ela deu de ombros.
— Parecia. Mas, enfim, quando tentei fazer perguntas, ela ficou toda nervosa e disse que eu sabia tudo que precisava saber sobre ele, que Francis Pentelho fora um pai melhor para mim do que Will Traynor algum dia teria sido e que eu devia deixar esse assunto para lá.
Tomei um gole da água. Nunca havia sentido tanta vontade de beber uma taça de vinho.
— Então o que você fez?
Ela deu outra tragada no cigarro.
— Joguei o nome dele no Google, é claro. E encontrei você.

* * *

Eu precisava ficar sozinha para digerir o que ela me contara. Era impressionante demais. Eu não sabia o que pensar sobre essa garota atrevida, que andava pela minha sala fazendo o ar à sua volta crepitar.
— Então ele não falou nada sobre mim?
Eu estava com o olhar fixo nos sapatos dela. Eram sapatilhas esfoladíssimas, como se tivessem se arrastado durante muito tempo pelas ruas de Londres. O calçado chamava minha atenção.
— Quantos anos você tem, Lily?
— Dezesseis. Pelo menos sou parecida com ele? Vi uma foto no Google Imagens, mas achei que talvez você tivesse uma. — Ela olhou ao redor da sala. — Todas as suas fotos estão nas caixas?
Ela localizou a pilha de caixas de papelão no canto, e me perguntei se ia realmente abri-las e começar a vasculhá-las. Eu tinha quase certeza de que ela estava indo na direção da que guardava o suéter de Will. Então fiquei em pânico.
— Hum. Lily. Isso tudo é... bastante coisa para assimilar. Se você é quem diz ser, então nós... temos muito o que conversar. Mas são quase onze da noite e não sei se é a hora de começar. Onde você mora?
— St. John’s Wood.
— Bom. Hã. Seus pais devem estar se perguntando onde você está. Por que não te dou meu telefone e a gente...
— Não posso ir para casa. — Ela se virou para a janela e jogou a cinza fora com seu dedo experiente. — Na verdade eu... eu nem deveria estar aqui. Deveria estar na escola. Fico no internato de segunda a sexta. Eles vão surtar quando descobrirem que não estou lá.
Ela pegou o celular como se tivesse pensado melhor, fez uma careta para o que quer que tenha visto na tela e em seguida o enfiou de volta no bolso.
— Bem... não sei o que posso fazer além de...
— Achei que talvez eu pudesse ficar aqui... Só por esta noite. E depois você poderia me contar mais coisas sobre ele.
— Ficar aqui? Não. Não. Sinto muito, mas não pode. Não conheço você.
— Mas conhecia meu pai. Você disse que acha que ele não sabia sobre mim?
— Você precisa ir para casa. Olhe, vamos ligar para os seus pais. Eles podem vir buscar você. Vamos fazer isso e eu...
Ela olhou fixo para mim.
— Achei que você fosse me ajudar.
— Eu vou, Lily, mas essa não é a maneira de...
— Você não acredita em mim, não é?
— Eu... não tenho ideia do que...
— Você não quer ajudar. Não quer fazer nada. O que realmente me contou sobre meu pai? Nada. De que maneira me ajudou? De nenhuma. Obrigada.
— Espere aí! Isso não é justo. A gente acabou de...
Mas a garota jogou a guimba do cigarro pela janela e deu meia-volta para passar por mim e sair da sala.
— O quê? Aonde você está indo?
— Ah, o que você tem a ver com isso? — retrucou ela, e, antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, bateu a porta e foi embora.

* * *

Fiquei sentada no sofá sem me mexer, tentando digerir o que acontecera na hora que tinha se passado, com a voz de Lily ecoando em meus ouvidos.
Será que eu tinha escutado direito? Repassei o que ela me contou, tentando recordar tudo através do zumbido na orelha.
Will Traynor era meu pai.
Aparentemente a mãe de Lily dissera que Will não a quisera. Mas com certeza ele teria mencionado algo para mim. Não guardávamos segredos um do outro. Éramos as duas pessoas que tinham conseguido falar sobre tudo, não? Por um instante, hesitei: será que Will não fora tão sincero comigo quanto eu achava? Será que ele de fato tinha a capacidade de simplesmente apagar uma filha da consciência?
Meus pensamentos estavam confusos. Peguei meu laptop, me sentei de pernas cruzadas no sofá e digitei “Lily Hawton Miller” no mecanismo de busca. Como não apareceu nenhum resultado, tentei de novo com várias grafias, entre elas Lily Houghton-Miller, que exibiu vários resultados de partidas de hóquei publicados por uma escola chamada Upton Tilton, em Shropshire. Cliquei para abrir algumas imagens, e, ao dar zoom, lá estava ela, uma garota séria numa fila de jogadoras de hóquei. Lily Houghton-Miller fez uma defesa corajosa, ainda que malsucedida. A data era de dois anos atrás. Internato. Ela disse que deveria estar lá. Mas isso ainda não significava que tivesse algum parentesco com Will, nem que sua mãe tivesse contado a verdade sobre sua ascendência.
Alterei a busca apenas para “Houghton-Miller” e encontrei uma nota sobre a presença de Francis e Tanya Houghton-Miller em um jantar de negócios no Hotel Savoy e um pedido de licença do ano anterior para a construção de uma adega subterrânea numa casa em St. John’s Wood.
Recostei-me na cadeira, pensando, depois pesquisei “Tanya Miller” e “William Traynor”. Não obtive nenhum resultado. Tentei de novo, usando “Will Traynor”, e fui parar numa conversa do Facebook de dezoito meses antes, de alunos da Universidade de Durham, em que várias mulheres, todas com nomes que pareciam terminar em “ella”, como Estella, Fenella, Arabella, discutiam a morte de Will.

Não consegui acreditar quando ouvi no noticiário. Logo ele! RIP, Will.
Ninguém passa ileso pela vida. Sabiam que Rory Appleton morreu nas Ilhas Turcas e Caicos, num acidente de lancha?
Ele não estudava geografia? Era ruivo?
Não. Filosofia, Política e Economia.
Tenho certeza de que fiquei com Rory na Festa dos Calouros. Ele tinha uma língua enorme.
Não estou de brincadeira, Fenella, isso é de mau gosto. O coitado está morto.
Não foi Will Traynor que saiu com Tanya Miller durante o terceiro ano inteiro?
Não sei por que é de mau gosto dizer que beijei alguém só porque a pessoa já faleceu.
Não estou dizendo que você precisa reescrever a história. Mas a mulher dele pode estar lendo isso e talvez ela não queira saber que o homem que ela ama enfiou a língua na boca de alguma garota.
Tenho certeza de que ela sabe que a língua dele era enorme. Quer dizer, ela se casou com ele.
Rory Appletown se casou?
Tanya se casou com um banqueiro. Aqui tem o link. Durante a faculdade, sempre achei que ela e Will iam se casar. Eles eram maravilhosos juntos.

Cliquei no link, que levou para a imagem de uma mulher loura magérrima com um coque habilmente desarrumado, sorrindo enquanto posava nos degraus de um cartório com um homem mais velho de cabelo escuro. Um pouco afastada, no canto da foto, havia uma garota de cara amarrada usando um vestido de tule branco. Tinha uma óbvia semelhança com a Lily Houghton-Miller que eu conhecera. Mas a imagem era de sete anos antes e na verdade também poderia ser de qualquer daminha de honra emburrada de cabelo castanho-claro comprido.
Reli a conversa e fechei o laptop. O que eu deveria fazer? Se ela realmente fosse filha de Will, será que eu deveria ligar para a escola? Eu tinha quase certeza de que havia regras quanto a desconhecidos que tentavam entrar em contato com adolescentes.
E se isso fosse um golpe? Will morreu rico. Não era improvável que alguém pudesse conceber um plano detalhado para arrancar dinheiro da família dele. Quando Chalky, um amigo do meu pai, morreu após sofrer um ataque cardíaco, dezessete pessoas apareceram no velório dizendo à esposa que o falecido devia dinheiro de aposta.
Decidi ficar afastada. Havia enorme potencial para sofrimento e transtorno caso eu entendesse mal as coisas.
Mas, quando fui para a cama, foi a voz de Lily que ouvi, ecoando pelo apartamento silencioso.
Will Traynor era meu pai.

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